sábado, 11 de outubro de 2008

Em quinto, Massa admite frustração: 'Foi uma vergonha'

“Uma vergonha”. Desse modo Felipe Massa definiu o seu desempenho no treino classificatório para o Grande Prêmio do Japão, realizado na madrugada de sexta-feira para sábado (horário de Brasília). Dono da quinta colocação no grid de largada, o brasileiro não se conformou por ter rendido abaixo do esperado justamente na superpole, visto que havia sido o piloto mais rápido da sessão até aquele momento.

Líder absoluto na segunda parte do qualifying (Q2), no qual pulverizou o recorde da pista em 1s1 ao marcar 1min17s287, Massa esteve longe de repetir o desempenho no momento decisivo da sessão classificatória, quando seu tempo de 1min18s874 foi bem inferior ao de 1min18s404 anotado por Hamilton, que assegurou a primeira posição.

Nesse contexto, o brasileiro não teve como esconder a decepção com seu desempenho. “Foi uma vergonha, porque fui o homem mais rápido da pista, mas no momento errado. Em minha primeira volta fui um pouco cauteloso e sofri no primeiro setor, cometendo um erro na Curva 3. Depois, fiz o contrário, mas me encontrei sem aderência no fim do giro. Então terminei em quinto, definitivamente um lugar para não se estar”.

Embora tenha tentado dar mais detalhes sobre o que aconteceu, Massa argumentou que encontrar uma explicação é difícil. “Na Q2 fiz uma volta incrível e tinha facilidade para virar rápido, mas infelizmente não consegui fazer o mesmo. Às vezes é complicado achar uma combinação perfeita quando o carro está com mais ou menos gasolina. Eu estava no caminho certo para brigar pela pole, mas não tive equilíbrio no carro e aderência o suficiente”.

Por fim, o brasileiro ainda minimizou a insatisfação que ele poderia ter por ver Hamilton, seu rival na disputa pelo título, ocupar a primeira posição. “É claro que não estou feliz, mas não por causa do resultado dele, e sim pelo meu. O problema maior não é ficar em quinto, mas ter esse resultado porque não foi possível tirar o máximo do carro”.

Hamilton leva pole e exalta trabalho da McLaren

F1



Para Lewis Hamilton, o “trabalho fenomenal” da McLaren foi o que decidiu a ser favor para fazê-lo levar a pole position do Grande Prêmio do Japão. Ressaltando o bom equipamento oferecido também a Heikki Kovalainen, que ficou com o terceiro posto e pode ser peça-chave na corrida, o inglês ficou bastante satisfeito por ter deixado as Ferrari para trás, ainda que tenha evitado comemorar o modesto quinto posto de Felipe Massa.
Atual vencedor da prova em Fuji, Hamilton já havia mostrado um bom rendimento nos treinos livres de sexta-feira, porém sua pole garantida na última madrugada (horário de Brasília) teve uma ponta de surpresa, visto que Massa dominava a classificação até a chegada do Q3. No momento decisivo, o líder do Mundial de Pilotos se superou para cravar 1min18s404, vendo Kimi Raikkonen em segundo e o brasileiro em quinto.

“O time realizou um trabalho fenomenal, sem eles eu não poderia estar aqui”, afirmou o inglês, negando que algum erro tenha lhe tirado da ponta na primeira parte do qualifying. “Não tive nenhum problemas no Q2. Depois, minha primeira volta não pareceu muito boa. Kimi estava logo à minha frente, mas em minha última chance aproveitei todos os setores e trouxe a pole para casa”.

Perguntado sobre a sensação de ver Massa, até então favorito no qualificatório, ficar com o quinto posto, Hamilton preferiu desconversar. “Vocês (jornalistas) podem se dizer surpresos porque Felipe foi muito rápido no início do treino, então meus pensamentos eram parecidos aos seus, mas não sei qual a razão para isso – talvez ele tenha cometido uma razão. Porém, não há dúvidas de que ele será muito forte na corrida”.

Se evitou comemorar o posicionamento de largada do brasileiro, o inglês, no que toca ao campeonato, vibrou com o bom desempenho de Kovalainen. “Fomos capazes de superar a Ferrari, o que é ótimo para nós. Acho que foi uma grande atuação minha e de Heikki. Estou muito feliz por ele ter arrancado ao meu lado. Para a corrida, acho que estamos em uma posição perfeita para dar um passo adiante e somar o máximo de pontos possível”.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sem espaço, Barrichello admite chance de se aposentar em 2009

F1


Vendo o número de vagas disponíveis na Fórmula 1 diminuir com a proximidade do fim da temporada 2008, Rubens Barrichello se vê em uma situação delicada. Como ainda não conseguiu definir seu futuro na Honda, o brasileiro admitiu nesta quinta-feira (09/10) a possibilidade de aposentadoria, ainda que tenha voltado a ressaltar sua grande vontade de continuar correndo.

Desde 1993 na Fórmula 1, Barrichello reconheceu na chegada ao Japão, onde será realizada a próxima etapa da categoria, que nunca havia chegado à parte final de um campeonato vivendo um panorama como o atual: longe de saber qual equipe defenderá no ano seguinte, ou nem mesmo se conseguirá ter uma vaga à disposição.

“Nunca me vi em uma situação desse tipo. Embora não seja algo alarmante, sempre fechei contrato muito antes”, afirmou, argumentando que a falta de definição pode acabar lhe antecipando a aposentadoria. “Nunca pensei em me aposentar, mas, como não tenho nada assinado até agora, essa possibilidade existe, mesmo que seja remota Não estou preparado para parar e daria praticamente tudo para estar em um carro da Fórmula 1 no ano que vem, mas se eu não continuar não seria o fim do mundo”.

Nesse contexto, uma vez mais o experiente piloto criticou a demora da Honda em resolver a sua situação. “É uma situação desgastante não pela falta de um ‘sim’ ou um ‘não’. Difícil mesmo é não poder programar as coisas para fazer porque não sei o que vai acontecer no futuro. É esse meio-termo que machuca um pouco”.

Garantindo que a vontade de correr segue muito grande, Barrichello confirmou que não pode deixar de estudar outras opções fora a escuderia japonesa: ele admitiu querer iniciar conversar com todas as equipes que ainda não anunciaram seus pilotos para a próxima temporada.

“Não posso descartar nenhuma equipe que ainda esteja aberta porque elas possuem um equipamento tão bom quanto o meu”, disse, em referência a Toro Rosso e Renault, uma vez que acredita que Toyota e Force India mantenham sua dupla de titulares para 2009. “Apesar da minha idade, já deixei bem claro que assinaria por três anos com qualquer um, correr está na veia e é isso o que quero fazer”.

Carro da Fórmula 1 desfilará pelas ruas da capital

Carro da equipe Red Bull usado na temporada 2006 chega a Brasília, onde participará de uma apresentação nas ruas da cidade neste sábado

O circo da Fórmula 1 movimenta uma das mais complexas estruturas do esporte mundial. A cada etapa, um verdadeiro exército de mecânicos, engenheiros, diretores, patrocinadores, pilotos e, obviamente, material técnico de última geração se desloca de um país para o outro. E andar por aí com dezenas de carros e motores, além de centenas de pneus, não é algo tão fácil.

Brasília teve na quarta-feira uma pequena idéia de todo o trabalho que dá levar as máquinas da Fórmula 1 até as pistas. Um carro da equipe Red Bull Racing (RBR), utilizado na temporada de 2006, desembarcou na cidade para uma apresentação neste sábado, às 10h, com entrada franca, num circuito montado na Esplanada dos Ministérios. A equipe do Correio Braziliense cobriu a chegada do bólido e constatou o quão trabalhoso é a montagem de um carro da principal categoria do automobilismo mundial.

Julian Mills, coordenador do projeto de demonstrações da RBR, contou que são necessárias pelo menos duas horas para a montagem do monoposto, pois é preciso fazer uma série de checagens dos sistemas antes que seja possível rodar com o carro nas ruas.

Essas ações são realizadas por no mínimo 12 pessoas, entre engenheiros, mecânicos e o próprio piloto. “Contamos com um profissional específico para cada coisa. São quatro toneladas e meia de equipamentos. Trabalhamos com um profissional para o motor, outro para a parte hidráulica, um para o câmbio, outro para suspensão. O carro vem todo separado desde o chassi, motor, caixa de câmbio, assoalho, asas, enfim”, disse Julian.

Segundo ele, a exibição da Red Bull já rodou diversos países neste ano — Cingapura, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Jamaica, França, Espanha, Hungria, Alemanha e Rússia —, mas a capital do Brasil tem empolgado. Para Julian, o diferencial de Brasília está no fato de as ruas serem longas e largas, o que proporcionará ao carro andar muito mais rápido que o normal, inclusive, com espaço para fazer zerinho (um giro de 360 graus). Hoje, o F-1 será exposto no Conjunto Nacional para visitação do público. Na sexta-feira, passará por uma última afinação antes do evento principal. Os dois carros da equipe Red Bull Racing de Stock Car, com seus respectivos pilotos, também participarão da demonstração.

Expectativa
Robert Wickens, que pilotará o Fórmula 1, destacou que esta será sua quarta apresentação nas ruas pela RBR — já andou duas vezes no México, e uma em Cingapura —, e pelo que viu até agora, o Brasil parece ser um país muito bonito. “É minha primeira vez aqui e tenho certeza de que conseguiremos fazer um show espetacular no sábado, nessas avenidas largas de Brasília.”

Robert, que corre na World Series, pela Carlin Motorsport e é piloto de teste da F-1 pela Red Bull Racing, sonha em ser piloto oficial de Fórmula 1. “Mais do que longa, a estrada é difícil. É claro que quero chegar lá o mais cedo possível, mas tenho de continuar dando o meu máximo e impressionando as pessoas certas. Meu objetivo é chegar à F-1 daqui a três anos.”

Ele aproveitou o assunto para avaliar o fato de nenhum canadense ter chegado à F-1 depois de Jacques Villeneuve. Para Robert, um dos grandes obstáculos é não ter um automobilismo local forte no país. “É preciso ir para a Europa desde cedo, o que não é possível sem um patrocinador forte ou pais muitos ricos. No meu caso, conto com o apoio da Red Bull, sem o qual eu não poderia estar correndo na Europa como estou hoje.”

A próxima apresentação da RBR será realizada em Buenos Aires e o piloto será David Coulthard, vice-campeão mundial da Fórmula 1 em 2001. O escocês não pôde vir à cidade porque vai participar do GP do Japão neste fim de semana.

Stock Car
Para Amir Nasr, chefe da equipe RBR de Stock Car, com sede em Brasília, a vinda do carro de F-1 é um ganho para o automobilismo local. “A princípio, o carro iria para o Rio de Janeiro, mas a gente fez um esforço para trazer para cá e o Governo do Distrito Federal apoiou desde o início. Sem dúvida, uma ação como esta é importante, pois além de dar visibilidade a Brasília, chama a atenção para o autódromo brasiliense, que, quem sabe no futuro, poderá receber um evento de F-1 ”, afirmou. “Não bastasse isso, a arquitetura da cidade feita por Oscar Niemeyer encanta muita gente do automobilismo. Niemeyer tem fãs.”

Na opinião de Samir Nasr , diretor técnico da RBR de Stock Car, a vinda do F-1 tem dois fatores bem interessantes: a repercussão mundial do evento e a chance que as pessoas terão de ver de perto um carro desses. “É uma ação fantástica, e o bom é que como o carro foi montado na nossa oficina, podemos interagir com a tecnologia da Fórmula 1.”

Massa aprova retorno do 'pirulito' na Ferrari


Tomada após a trapalhada da Ferrari nos boxes durante o Grande Prêmio de Cingapura, a decisão da equipe de descartar o sistema de luzes e retornar ao tradicional ‘pirulito’ foi aprovada por Felipe Massa.

Ainda que já esteja com a cabeça voltada para a corrida do Japão, que acontece neste fim de semana, Massa não teve como evitar nos primeiros dias desde que chegou ao país as perguntas sobre o incidente que lhe tirou da briga pela vitória na prova de Cingapura, há duas semanas.

Desse modo, o brasileiro comentou a novidade trazida pela Ferrari em Monte Fuji, onde o ‘pirulito’ substituirá o sistema de luzes, apontado como culpado para o piloto ter deixado o primeiro pit stop com a mangueira de reabastecimento ainda acoplada ao seu veículo.

“Acho que foi a decisão certa. Tivemos um problema na última corrida e a grande diferença de ter o ‘pirulito’ é que, no caso de um erro, o mecânico poder bater o aparelho em seu capacete – então você freia”, afirmou o vice-líder do Mundial de Pilotos, que procurou explicar o motivo da insistência dos italianos com o revolucionário sistema de luzes, só usada por uma das dez escuderias da Fórmula 1.

“Nós sempre tentamos ter o desempenho mais rápido em todas as áreas, mas infelizmente se houver um problema com o sistema de luzes, que é mais veloz, não ajuda”, explicou. “Como estamos brigando pela liderança do campeonato, esses detalhes ficam mais importantes, então tomamos a decisão de dar um passo atrás”.

Hamilton diz que está pronto para ser campeão na F-1

F1


Em sua segunda temporada na Fórmula 1, o inglês Lewis Hamilton já fala como veterano. Líder do Mundial com 84 pontos, sete à frente de Felipe Massa, o piloto da McLaren disse nesta quinta-feira que ganhou muita experiência com a derrota em 2007, e agora sente-se pronto para ser campeão.

"No ano passado eu ficava nervoso antes das corridas. Agora não sinto mais isso. Estou muito mais forte, tanto no aspecto físico quanto psicologicamente. No ano passado, nesta época do ano, eu estava exausto", afirmou Hamilton, que acabou com o vice-campeonato, a um ponto de Kimi Raikkonen.

"Aprendi com os erros e cresci muito como piloto. Estou mais maduro como piloto. No passado eu era um pouco mais jovem e muito empolgado pelo fato de ter acabado de chegar à Fórmula 1. Havia muita coisa acontecendo, era um período controverso e eu tinha muita coisa para aprender", avaliou o inglês.

Em seu ano de estréia, Hamilton teve de enfrentar uma briga intensa com Fernando Alonso dentro da equipe. Não bastasse a disputa interna, a escuderia inglesa ainda envolveu-se em um caso de espionagem industrial contra a Ferrari, o que fez os ingleses perderem todos os pontos no Mundial de Construtores.

Mesmo após todos os problemas na equipe, Hamilton chegou a Interlagos, na última etapa do campeonato, com 107 pontos, quatro à frente de Fernando Alonso e com sete de vantagem para Kimi Raikkonen. Acabou a prova em sétimo, e o Mundial com 109 pontos, empatado com Alonso e um ponto atrás do finlandês.