sábado, 6 de novembro de 2010
Começa a decisão
Por Téo José, especial para o Yahoo! Brasil
A decisão do Mundial de Fórmula 1 começa pra valer neste fim de semana, com o GP do Brasil em Interlagos. Coloco Fernando Alonso, Mark Webber e Sebastian Vettel como os favoritos. Lewis Hamilton e Jenson Button correm por fora, mas não podem ser descartados.
Pelo que vimos em anos anteriores, pelas características das pistas, o GP do Japão é um bom termômetro para a corrida paulista. As pistas se parecem um pouco no acerto do carro. Por isso, mesmo não tendo o melhor motor, a Red Bull, que venceu no ano passado por aqui com Mark Webber e fez dobradinha na etapa japonesa, vem forte. Só que em Interlagos, a Ferrari também é muito forte, venceu três das últimas quatro provas. O interessante é que Fernando Alonso (foto) nunca ganhou este GP. Já Felipe Massa tem duas das sete vitórias brasileiras.
A McLaren me parece ser das grandes, a mais perdida no desenvolvimento final do carro. Lewis Hamilton se perdeu em corridas decisivas. E agora, talvez mais relaxado, porque agora o que vier é lucro, possa ser uma surpresa. O motor Mercedes vai ser importante na subida da reta dos boxes, mas Interlagos sempre exige muita aderência - principalmente na região do Pinheirinho, laranjinha e Bico de Pato. Encontrar a combinação deste acerto é o maior desafio para os pilotos.
Vou ficar surpreso se não der Ferrari ou Red Bull. Estou ansioso também para ver novamente Kamui Kobayashi em ação. Foi nesta prova, no ano passado, substituindo Timo Glock, que o japonês começou a deixar sua marca. Pode ser sim um fator bem interessante no final de semana.
A Williams tem o motor Cosworth trabalhando bem em alta velocidade, por isso vai ser importante nas duas maiores retas de Interlagos, principalmente na subida dos boxes. Vejo como bom resultado para Rubens Barrichello largar entre os dez e terminar entre os oito. No Japão, o carro não rendeu bem.
Também não acredito em definição do titulo neste domingo. Poderemos, sim, ter uma disputa mais acirrada na última prova - já no final de semana seguinte em Abu Dhabi. Apenas como palpite: boto fé em um duelo bem apertado na etapa final entre Alonso e Webber, por isso estou acreditando no australiano terminando na frente do espanhol em Interlagos.
As questões de Interlagos
O autódromo de Interlagos não está entre os melhores do mundo e muito menos entre os piores. O traçado é bem interessante, com vários pontos de ultrapassagem e uma boa visão para o público que assiste do local. O asfalto depois das obras de 2007 está entre os bons do calendário da Fórmula 1. Tem dificuldades como o espaço no paddock, a parte atrás dos boxes, e entrada de carro complicada para área de boxes e camorotes VIPs. As soluções são difíceis pelo espaço que se tem. Mas uma grande obra no alargamento do paddock melhoraria bastante. O que se deve levar em consideração é que muito já foi feito, todo ano temos novidades. A indústria do aluguel de arquibancadas moveis tem perdido espaço pela construção das fixas, a sala de imprensa nunca fica lotada e as cabines de rádio e TV melhoraram. Neste ano a novidade é o soft-wall, um muro que tem uma função especial no amortecimento e foi trazido da Indy e NASCAR. Inclusive, engenheiros da Indy ajudaram a colocar os blocos na Subida do Café.
Claro que o autódromo pode melhorar e deve, como tem acontecido. Mas esta ladainha de criticas ao autódromo é normal todos os anos. O que, muitas vezes, não acontece em cima de circuitos bem piores.
O jogo (limpo) na Red Bull
Estou com a Red Bull na questão de deixar a briga aberta entre seus dois pilotos. Mark Webber e Sebastian Vettel ainda têm chances matemáticas no campeonato e o time é grande o bastante para das as mesmas condições aos dois. Proibida ou não, a ordem de equipe que bloqueia um dos integrantes de lutar de forma limpa e esportiva pelo resultado final, é nojenta. Sei que muitos acham normal e argumentam que vários interesses maiores estão envolvidos. Sou a favor da ordem de equipe, se o regulamento permitisse, mas apenas no caso atual da Ferrari - quando um tem chance e o outro não.
Gosto da disputa, aberta, clara, com as mesmas vantagens. O time não está em situação melhor por erros de seus pilotos e não da filosofia. Por isso acharia bem legal ter a Red Bull como campeã.
A previsão do tempo
Tudo indica que teremos dias mais quentes em São Paulo a partir da próxima sexta-feira, quando começam os treinos livres para o GP do Brasil de F-1. A previsão sugere que a temperatura, até o próximo domingo, fique entre os 16ºC e os 27ºC. Na sexta e no domingo as chances de chuva são menores. Já no sábado, dia da classificação, podem acontecer trovoadas à tarde.
Di Grassi responde a Ecclestone: "Ele mesmo colocou as novatas na F-1"
O britânico Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da Fórmula 1, criticou severamente o trio de novatas na categoria e o empresário Richard Branson, proprietário da Virgin. Para o brasileiro Lucas Di Grassi, piloto da equipe, o veterano dirigente foi incoerente.
"Foi ele mesmo que colocou essas equipes dentro da Fórmula 1. Ele está certo na medida em que não conseguimos resultados expressivos, mas precisamos de tempo para evoluir", disse o piloto da Virgin em entrevista à GE.Net após evento promocional realizado em São Paulo, na última quarta-feira.
Em 2010, Virgin, Hispania e Lotus disputam sua primeira temporada na categoria. Com baixo nível técnico e pouco investimento, as três equipes são as únicas que ainda não pontuaram no Mundial de Construtores. Em entrevista ao jornal Financial Times, Ecclestone bateu pesado nas novatas.
"Elas não nos beneficiam em nada, são uma vergonha. Precisamos nos livrar desses inválidos", afirmou, além de criticar o proprietário da Virgin. "Richard deveria colocar mais dinheiro na equipe dele, não? Ele poderia fazer o que Mateschitz (dono da Red Bull) tem feito e investir mais", completou.
BELGA NÃO É AMEAÇA
O brasileiro Lucas Di Grassi ainda está em situação indefinida com a Virgin para 2011, mas não enxerga o belga Jerome D\'Ambrosio, piloto de testes da equipe, como uma ameaça.
"A equipe já deixou claro que deseja continuar com os dois pilotos. Ainda não tenho nada certo e depende de algumas circunstâncias, inclusive financeiras de outros pilotos", explicou.
Jerome D\'Ambrosio pilota o carro da Virgin apenas nos treinos livres realizados às sextas-feiras. "Em termos de resultado, não tenho que provar mais nada para me manter", afirmou Di Grassi, confiante.
Apesar do tom ríspido de Ecclestone, Di Grassi assegura que não ficou chateado. "Eu não, não sou o dono da equipe", afirmou. "Hoje, é impossível competir com as outras equipes. Mas com o tempo, as atuais equipes pequenas vão ser equipes médias e assim por diante", acrescentou o piloto.
Para Di Grassi, a diferença de nível deve ser encarada como algo dentro da normalidade. "Sempre existiram equipes pequenas na Fórmula 1. Da mesma forma que existem times pequenos de futebol, de vôlei e de todos os esportes", argumentou.
Alheio à polêmica, Di Grassi se prepara para disputar o Grande Prêmio do Brasil pela primeira vez. "Será uma experiência nova e não vejo a hora de poder sentir a energia da torcida, que dizem ser bem diferente em Interlagos para os brasileiros. Estou muito animado. Tenho essa pista no coração", encerrou.
Vettel lidera novamente e fica com melhor tempo do dia
Assim como já tinha acontecido no primeiro treino livre durante a manhã, o alemão Sebastian Vettel foi o mais rápido na segunda sessão, na tarde desta sexta-feira, em Interlagos. Sem muito esforço, o piloto da Red Bull fechou o dia com o melhor tempo, enquanto seu companheiro na Red Bull, o australiano Mark Webber, ficou em segundo lugar, comprovando o esperado domínio do carro da equipe no GP do Brasil de Fórmula 1.
Como a pista estava mais quente durante a tarde - 41ºC, com 31ºC ambiente -, os pilotos rapidamente puderam atingir um melhor desempenho, já que o aquecimento dos pneus chegava próximo do ideal facilmente. E, assim, todos baixaram seus tempos em comparação com o treino livre realizado na manhã desta sexta-feira. Vettel, por exemplo, baixou de 1min12s328 para 1min11s968.
No segundo treino, Webber marcou 1min12s072 e garantiu a segunda colocação, mesma posição que ocupa no campeonato. Enquanto isso, o espanhol Fernando Alonso, que lidera o Mundial de Fórmula 1, se recuperou do resultado ruim na primeira sessão, quando o carro da Ferrari teve problemas e o deixou apenas em 13º lugar. Durante a tarde, ele terminou em terceiro, com 1min12s328.
A situação, dessa vez, ficou ruim para Felipe Massa. Em busca do melhor desempenho, ele escapou da pista durante o segundo treino e ainda teve mais problemas: quando faltava pouco menos de meia hora para o fim da sessão, a sua Ferrari parou de funcionar na reta oposta, fazendo-o voltar caminhando para os boxes. Apesar disso, o brasileiro terminou em quinto lugar (1min12s677).
BRASILEIROS - Como já era esperado, Lucas di Grassi (Virgin) e Bruno Senna (Hispania) não fizeram boas marcas no segundo treino livre: o primeiro ficou em 21º lugar, com 1min15s433, e o segundo veio logo atrás, em 22º, com 1min16s070. Rubens Barrichello, por sua vez, conseguiu ser bem melhor, ao terminar a sessão na 11ª posição com a sua Williams, com o tempo de 1min13s520.
PROGRAMAÇÃO - Neste sábado, os pilotos da Fórmula 1 voltam para a pista de Interlagos às 11 horas, quando acontece o terceiro e último treino livre. Logos depois, a sessão de classificação será disputada a partir das 14 horas, para a definição do grid de largada da corrida de domingo.
Confira a classificação do segundo treino livre:
1) Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - 1min11s968
2) Mark Webber (AUS/Red Bull) - 1min12s072
3) Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - 1min12s328
4) Lewis Hamilton (ING/McLaren) - 1min12s656
5) Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1min12s677
6) Robert Kubica (POL/Renault) - 1min12s882
7) Jenson Button (ING/McLaren) - 1min13s206
8) Nick Heidfeld (ALE/Sauber) - 1min13s222
9) Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1min13s333
10) Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - 1min13s346
11) Rubens Barrichello (BRA/Williams) - 1min13s520
12) Kamui Kobayashi (JAP/Sauber) - 1min13s610
13) Nico Hulkenberg (ALE/Williams) - 1min13s725
14) Adrian Sutil (ALE/Force India) - 1min13s741
15) Vitaly Petrov (RUS/Renault) - 1min13s818
16) Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India) - 1min14s045
17) Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso) - 1min14s304
18) Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso) - 1min14s578
19) Jarno Trulli (ITA/Lotus) - 1min14s984
20) Heikki Kovalainen (FIN/Lotus) - 1min15s101
21) Lucas di Grassi (BRA/Virgin) - 1min15s433
22) Bruno Senna (BRA/Hispania) - 1min16s070
23) Christian Klien (AUT/Hispania) - 1min16s082
24) Timo Glock (ALE/Virgin) - 1min16s150
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Em situação indefinida na Hispania, Senna valoriza experiência na F-1
Sobrinho do tricampeão Ayrton Senna, Bruno Senna chegou à Fórmula 1 cercado por uma enorme expectativa. A duas etapas do final de seu primeiro Mundial e ainda com situação indefinida na Hispania, o jovem de 27 anos valoriza a experiência na principal categoria do automobilismo, apesar das limitações da equipe.
"É importante expressar que chegar na Fórmula 1 não é fácil. Só chegar já é uma grande vitória para qualquer piloto. O Brasil tem tradição na categoria, mas não é fácil chegar. Eu tive muitos altos e baixos no ano, tive erros e acertos. Espero aprender com os erros", disse o brasileiro em evento promocional realizado em São Paulo, nesta quarta-feira.
Das 17 corridas desta temporada, Bruno Senna completou apenas sete. Até o momento, o melhor resultado do piloto foi a 14ª colocação alcançada no Grande Prêmio da Coreia do Sul. Em busca de dinheiro, a Hispania chegou a substituir o brasileiro pelo japonês Sakon Yamamoto na Inglaterra.
"É importante que as expectativas não sejam maiores que a realidade. Você esperar que eu vença com um carro impossível de vencer não é real. Eu coloco uma pressão muito grande em mim mesmo para render sempre o máximo, mas não me deixo levar pela pressão das pessoas que não sabem o que é estar na ponta", afirmou.
Neste domingo, Bruno Senna disputa o Grande Prêmio do Brasil pela primeira vez na carreira. Com um carro extremamente limitado, o jovem piloto não pode sequer sonhar em repetir as vitórias históricas do tio em 1991 e 1993, mas se prepara para uma prova especial.
"Vou sem expectativa de vencer, de chegar ao pódio ou de marcar pontos, mas será uma honra disputar uma corrida em Interlagos. É um sonho de pequeno e vou aproveitar cada metro da pista. Nasci em São Paulo, comecei num kartódromo anexo a Interlagos e desde então venho me preparando. Vai ter um gosto especial", afirmou.
Com situação ainda indefinida na Hispania, Bruno Senna quer correr em melhores condições na próxima temporada. "Espero fazer um campeonato mais consistente e completo do que esse, com um carro mais competitivo e com chance de pontuar", encerrou.
Assinar:
Postagens (Atom)