O britânico Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da Fórmula 1, criticou severamente o trio de novatas na categoria e o empresário Richard Branson, proprietário da Virgin. Para o brasileiro Lucas Di Grassi, piloto da equipe, o veterano dirigente foi incoerente.
"Foi ele mesmo que colocou essas equipes dentro da Fórmula 1. Ele está certo na medida em que não conseguimos resultados expressivos, mas precisamos de tempo para evoluir", disse o piloto da Virgin em entrevista à GE.Net após evento promocional realizado em São Paulo, na última quarta-feira.
Em 2010, Virgin, Hispania e Lotus disputam sua primeira temporada na categoria. Com baixo nível técnico e pouco investimento, as três equipes são as únicas que ainda não pontuaram no Mundial de Construtores. Em entrevista ao jornal Financial Times, Ecclestone bateu pesado nas novatas.
"Elas não nos beneficiam em nada, são uma vergonha. Precisamos nos livrar desses inválidos", afirmou, além de criticar o proprietário da Virgin. "Richard deveria colocar mais dinheiro na equipe dele, não? Ele poderia fazer o que Mateschitz (dono da Red Bull) tem feito e investir mais", completou.
BELGA NÃO É AMEAÇA
O brasileiro Lucas Di Grassi ainda está em situação indefinida com a Virgin para 2011, mas não enxerga o belga Jerome D\'Ambrosio, piloto de testes da equipe, como uma ameaça.
"A equipe já deixou claro que deseja continuar com os dois pilotos. Ainda não tenho nada certo e depende de algumas circunstâncias, inclusive financeiras de outros pilotos", explicou.
Jerome D\'Ambrosio pilota o carro da Virgin apenas nos treinos livres realizados às sextas-feiras. "Em termos de resultado, não tenho que provar mais nada para me manter", afirmou Di Grassi, confiante.
Apesar do tom ríspido de Ecclestone, Di Grassi assegura que não ficou chateado. "Eu não, não sou o dono da equipe", afirmou. "Hoje, é impossível competir com as outras equipes. Mas com o tempo, as atuais equipes pequenas vão ser equipes médias e assim por diante", acrescentou o piloto.
Para Di Grassi, a diferença de nível deve ser encarada como algo dentro da normalidade. "Sempre existiram equipes pequenas na Fórmula 1. Da mesma forma que existem times pequenos de futebol, de vôlei e de todos os esportes", argumentou.
Alheio à polêmica, Di Grassi se prepara para disputar o Grande Prêmio do Brasil pela primeira vez. "Será uma experiência nova e não vejo a hora de poder sentir a energia da torcida, que dizem ser bem diferente em Interlagos para os brasileiros. Estou muito animado. Tenho essa pista no coração", encerrou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário